Imac volta a operar com foco em sistema de balanças

Estrutura de pesagem deve dar mais transparência e possibilitar novas formas de negociação em MT. Entidade deve ter orçamento de cerca de R$ 10 mi/ano





Depois de um período inativo, sem presidente e com falta de recursos, o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) está retomando suas atividades. O foco principal do novo mandatário, Guilherme Nolasco, será “colocar a carne na caixa”. “Com ela pronta para vender, podemos buscar novos mercados que paguem por essa qualidade”, afirma.

Nolasco assumiu a presidência do Imac nesta segunda-feira, 2, após deixar o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). O primeiro passo será elaborar um novo orçamento para execução das atividades previstas. Entre elas está a implantação do sistema eletrônico de balanças de pesagem nos frigoríficos, que deve ajudar na criação de um padrão de qualidade de carcaça e do selo de garantia de origem, sustentabilidade e qualidade para a carne de Mato Grosso que seguir essa padronização.

A princípio, o sistema, inspirado em modelo desenvolvido no Uruguai, terá três balanças extras: uma antes do tronco de sensibilização, outra no meio da linha e a terceira antes da toalete final. “Isso vai dar transparência para o processo e pode desencadear uma nova forma de comercialização, com o produtor podendo escolher negociar com o frigorífico pelos resultados da primeira, segunda ou terceira pesagens e não apenas pela balança final do frigorífico”. Segundo ele, a ideia é que esses resultados também fiquem disponíveis online - respeitando o sigilo do produtor, ou seja, sem a divulgação de nomes - para que o pecuarista possa comparar o que cada indústria está tirando da carcaça.

Atualmente, a planta de Tangará da Serra da Marfrig é a que está com a estrutura mais adiantada. Mas ainda não há uma estimativa sobre quando o sistema começará a funcionar de fato no Estado. “Estou sentando na cadeira agora, então não quero dar previsões sem antes saber de tudo, mas sei que já existem outras indústrias interessadas no sistema”.

Para financiar esse e outros projetos, como a criação de um marketing de promoção da carne do Estado e pesquisas, o Imac receberá recursos vindos da contribuição ao Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado do Mato Grosso (Fesa-MT). A partir de decreto do governador Pedro Taques, R$ 2 por cabeça abatida no Estado serão repassados para o Imac. Considerando que em 2017 o abate de bovinos foi de 4,96 milhões de animais, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a expectativa é que o Imac receba cerca de R$ 10 milhões ao ano para suas ações.

Nolasco garante, porém, que isso não terá impacto adicional no bolso do produtor rural. “Não vai onerar a mais, é uma taxa já existente”. O primeiro repasse será realizado no meio de abril, após reunião do fundo na semana que vem. Além disso, Nolasco afirma que existem instituições do terceiro setor que já manifestaram interesse em aplicar recursos no Imac para desenvolvimento de projetos com foco na sustentabilidade.

Fonte: Portal DBO

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