Blockchain e dispositivos inteligentes contra as fraudes no agronegócio
As tecnologias podem transformar a maneira como toda a cadeia se relaciona, garantindo mais transparência nos processos
A blockchain pode ajudar a solucionar essas questões. A tecnologia permite acompanhar e registrar, em um banco de dados distribuído, seguro e imutável, todas as etapas de um produto – desde o plantio de uma safra de milho até a chegada ao supermercado, por exemplo. Outra forma de solidificar essas cadeias de distribuição é registrar na blockchain todas as certificações socioambientais dos fornecedores diretos e indiretos. Isso evita a participação de companhias em situação irregular, com casos de desmatamento, trabalho escravo e falta de certificados sanitários, entre outras.
Essa tecnologia também trabalha com o conceito de contratos inteligentes, os smart contracts, que são acordos programados em código e auto executáveis. Ou seja, se, no momento do recebimento do produto, algo estiver errado com a nota fiscal, com as quantidades ou com as certificações socioambientais, por exemplo, a própria rede impede o recebimento. A ideia é que toda a cadeia do agronegócio esteja envolvida nesses processos, mas ainda há um caminho árduo – e que depende de uma infinidade de envolvidos – para chegarmos a esse ponto.
Quando atrelada a dispositivos inteligentes, a blockchain fica ainda mais à prova de fraude, porque deixa de depender de um ser humano para inserir as informações. Para exemplificar: caso um caminhão frigorífico com um termômetro inteligente fique com a temperatura abaixo da indicada, a blockchain registra essa informação automaticamente e bloqueia a continuidade do processo. Por isso, dizemos que a Internet das Coisas (ou IoT, na sigla em inglês) casa perfeitamente com a blockchain. São sensores, leitores, drones e outros equipamentos capazes de apoiar a transparência e confiabilidade dos dados.
Ao ter todo o caminho do produto registrado, com informações confiáveis e provenientes de IoT, é possível, ainda, disponibilizar para o consumidor informações sobre a origem de determinada leguminosa, se houve uso de agrotóxicos, se as sementes são transgênicas, entre outras informações. Isso garante muito mais transparência a todo o processo e faz com que o cliente sinta segurança no que ele consome e nos locais onde ele compra seus alimentos.
No fim das contas, blockchain e dispositivos inteligentes atrelados ao agronegócio podem transformar a maneira como toda a cadeia se relaciona – do produtor ao supermercadista – assim como garantir a confiança do consumidor nos produtos e marcas que adquire.
Fonte: Portaldbo.com.br
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