Mogô: o robô-balança que pesa, entrega comanda e controla operações de buffet

O atendimento inovador feito por robô foi desenvolvido pela startup Mogo Sistemas, de Pato Branco



A tendência do autoatendimento, implantado há algum tempo em grandes redes de supermercados e de cinemas, por exemplo, chegou a um restaurante self-service de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, como um suporte no fim da fila do buffet. No Divino Sabor, que fica no Centro da cidade, a funcionária responsável pela balança ganhou novas atribuições e foi substituída por um robô, que pesa o prato de refeição e entrega a comanda ao cliente em poucos segundos. O atendimento mais humanizado, porém, não foi deixado de lado. A máquina recepciona com boas-vindas na chegada e deseja bom-apetite ao finalizar o processo.

A balança inteligente chama Mogô foi criada pela startup local Mogo Sistemas, especializada em soluções para o setor de gastronomia desde 2012. Segundo o diretor-geral Flavio Medeira e o diretor de desenvolvimento André Neckel, o recurso inovador foi pensado para proporcionar maior agilidade no atendimento aos consumidores e economia de dinheiro para as empresas. Foi o que percebeu o proprietário do Divino Sabor, Banez Brugnera, no período de 45 dias de testes do equipamento no restaurante.

“O andamento da fila está mais veloz. Em menos de cinco segundos o cliente é atendido, muito mais rápido do que qualquer funcionário leva para fazer o mesmo processo. Além de não precisar arcar com custos de ter um funcionário somente para fazer isso”, conta.

Segundo o empresário, a agilidade na fila aumentou de 30% a 40% e o clima é muito mais descontraído no local, pela presença do atendente robotizado. “O Mogô interage com as pessoas e isso faz com que seja mantido o atendimento caloroso, mesmo não sendo um humano.” Outra vantagem, revela Brugnera, é a melhoria do controle e organização das operações diárias. Isso porque o Mogô calcula informações como a quantidade de refeições e quilos servidos, valor total de vendas, custo médio e lucro, instantaneamente. “É só dar um comando para ter todos os dados. Antes, era preciso perder pelo menos meia hora fazendo e refazendo cálculos. O Mogô passou no teste já na primeira semana, com uma aceitação muito grande não somente pelos clientes, mas pela administração.”

O projeto do Mogô começou a ser desenvolvido em agosto de 2017 e o equipamento nasceu em dezembro, com 2,5 quilos, 38 centímetros de altura e 20 centímetros de largura. “O robô passou por um mês de testes no Divino Sabor e detectamos poucos ajustes a fazer, como direcionamento de áudio, layout interno e melhora de performance. O segundo modelo deverá estar pronto em poucos dias”, conta Medeira. Os sócios adiantam que pretendem otimizar a interação do robô com os consumidores, com o uso de inteligência artificial. “Hoje são várias mensagens diferentes gravadas. Com esta evolução, poderemos tornar mais rica a experiência de troca de diálogo com o Mogô.”

A Mogo Sistemas protocolou, por meio do programa Sebraetec - Serviços em Inovação e Tecnologia, do Sebrae, pedidos de patente do Mogô e do software junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), que têm prazo de até 18 meses e 120 dias, respectivamente, para serem publicados.

O primeiro lote do Mogô tem cem unidades e está disponível para compra por meio de inscrição no site (robo.mogo.com.br). Nesta pré-venda, os preços variam: R$ 2,6 mil para os dez primeiros; R$ 3,2 mil aos próximos; R$ 3,8 mil aos próximos 30; e R$ R$ 4,7 mil aos últimos 40. O valor de mercado, a partir do segundo lote, será de R$ 5,9 mil. O pagamento pode ser feito por boleto bancário, cartão de crédito ou cartão do BNDES. Aos compradores do primeiro lote não serão cobradas mensalidades, para manutenção de hardware e software. O valor ainda será definido.

A startup atende 240 clientes do ramo da gastronomia em todo o país. A ideia é que o Mogô seja admitido em todos os estabelecimentos cobertos pela empresa. A estimativa é aumentar em quatro vezes a quantidade de clientes por conta do robô. “Temos a expectativa de um aumento de 30% em nossas receitas em 2018 e que a empresa fature pelo menos R$ 1,2 mi neste período. Para 2019, nosso objetivo é dobrar esta marca”, revela Medeira.

Fonte: Gazeta do Povo

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